terça-feira, 1 de julho de 2008

POPPER E A CIÊNCIA



Popper vai discutir a questão da observação na ciência, pois ela tem um papel decisivo e ativo, pois segundo o autor, uma observação é uma percepção, mas uma percepção que é planejada e preparada. Em outras palavras, nós não “temos” uma observação, mas “fazemos” observação. Esta, por sua vez, é precedida por um problema (de base teórica) e que nos leva a uma hipótese. Portanto podemos dizer que as observações são sempre seletivas e por isso são ativas.
Para Popper, uma observação sempre pressupõe a existência de algum sistema de expectativas, as quais podem ser formuladas em forma de quesitos, e a observação será utilizada para confirmar ou corrigir tais expectativas.
A questão que se coloca, de quem vem, primeiro a hipótese (H) ou a observação (O), pode ser pertinente para entendermos o ponto de vista objetivista. Para Popper devemos afirmar que a hipótese antecede a observação contradizendo a posição da “teoria do balde” (onde a observação é anterior a hipótese, pois ela é possível de generalização, associação ou classificação). O autor cria o termo “teoria do holofote” para explicar essa relação entre hipótese/observação:
“Tudo isto se aplica, mais especificamente, à formação de hipóteses científicas. Pois só com as nossas hipóteses aprendemos que tipo de observações devemos fazer: para onde devemos dirigir nossa atenção; onde ter um interesse. É a hipótese, assim, que se torna nosso guia e que nos conduz a novos resultados observacionais.” (Popper, 1975)

Nenhum comentário: