sexta-feira, 30 de julho de 2010

"Estudar também é saúde!"




Depois de escrever minha dissertação de mestrado, defende-la e fazer as correções da mesma, estou de volta para escrever sobre psicologia e neurociências e todas suas possibilidades!
Para começar e estimular as funções cognitivas de todos, escolhi uma pesquisa sobre a correlação entre alta escolaridade e processo demencial. Então, vamos lá...
Segundo um estudo publicado na revista Britânica Brain, a possibilidade de compensação neural ou plasticidade cerebral é maior em pessoas com alta escolaridade do que em pessoas que estudaram pouco em relação aos riscos para algumas doenças neurológicas, como a demência. Isso vale para análise do cérebro funcional, isto é: pessoas vivas. Depois da morte do ser humano a análise cerebral entre alta e baixa escolaridade já não faz diferença quanto à demência, ou seja, a doença atinge os dois grupos igualmente. Este fato faz sentido, pois a estrutura lesionada não pode ser modificada nos processos demenciais, mas a funcionalidade pode... como está sendo apresentado no presente estudo.
A pesquisa não avalia se o nível socioeconômico influenciou nesta correlação, porém sabemos que a alta escolaridade está relacionada com maior qualidade de vida e saúde. Apesar da dúvida o fato em si já é bastante interessante, ele nos mostra que quanto mais informações, conhecimento, cultura (supõe-se) e horas de estudo uma pessoa tem, mais flexibilidade cognitiva ela terá para compensar certos sintomas (e não a lesão em si) neurológicos ou até mesmo evitá-los!
“Para cada ano adicional que a pessoa passou no sistema educacional, houve uma diminuição de 11% nos riscos de ela desenvolver sintomas de demência, o estudo revelou.” Hannah Kaege
A plasticidade cerebral sempre foi estudada em lesões cerebrais e acreditava-se que sua otimização era na infância, talvez ainda seja, contudo atualmente sabe-se que muitos adultos também podem ter ótimos resultados de recuperação em casos de lesões no cérebro. Vide caso Herbert Vianna (http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/hvianna.shtml).
Em outras palavras, este estudo é pioneiro por nos mostrar que além de valer o esforço cognitivo de todos nós que estamos lendo esse blog, a plasticidade cerebral também funciona para demências, pelos menos na compensação de seus sintomas ou como diz a autora: quem tem mais escolaridade compensa melhor os sintomas ou os esconde de forma mais convincente. Very cool!

Este blog foi escrito a partir de reportagem da BBC Brasil NO DIA 27/07, para mais informações: http://www.bbc.co.uk/portuguese/ciencia/index.shtml