sexta-feira, 4 de julho de 2008

OS MODELOS DE CONSCIÊNCIA


Atualmente existem muitos modelos de consciência em diversas áreas de estudo: psicologia, filosofia, neurociência, psiquiatria, física, etc.. Nossa proposta será analisar algumas destas linhas de pensamento, num primeiro momento, para em seguida aprofundar o conceito de conciência sob o ponto de vista da neurociência. Segundo Zana (http://www.landeira.org/temas.html), alguns destes modelos vão defender uma visão especializada (em módulos) e outros uma visão holística da mente.
Iniciaremos com uma questão básica para a compreensão dos modelos existente de consciência:
O que é a consciência afinal? Processos implícitos são estados mentais?
A consciência é quase sempre um sinônimo de identidade, traz uma idéia de “eu”, como se fosse um texto construído na primeira pessoa. Em outras palavras, a consciência está muitas vezes relacionada conceitos de: atenção, vigília, função executiva, memória explícita, sensação, motivação, vontade, “awareness”.
No materialismo reducionista, Feinberg pensa na consciência como o estado físico do cérebro e, portanto todos os estados desta podem ser explicados pelo estado físico do SN (criminalidade pode ser explicada pelo estado do SN).
No materialismo não-eliminativo, Searle, afirma que a consciência é também o estado físico do cérebro, mas nesta visão existe um dualismo emergente. A consciência seria uma propriedade emergente da atividade cerebral (água molhada/molécula de água).
No funcionalismo de Dennet, a estrutura física do cérebro não é relevante, o cérebro é comparável ao “software” do computador. E o próprio Dennet junto com Ganizza estabeleceram um modelo de teoria de conjunto, onde a consciência é um conjunto de processos paralelos e distintos.
Uma das teorias mais conhecidas é a de representação da consciência de Damásio, onde o pesquisador defende que esta é um modelo artificial do cérebro, uma emulação do mundo (voltaremos a este modelo nos próximos blogs).
Existem modelos vindos da física moderna (Penrose), onde as propriedades de estruturas sub-atômicas explicam a consciência e teorias provenientes da lingüística: a linguagem como forma de interpretação da consciência. (a informação não consciente deve ser acessível à linguagem para se tornar consciente).
A maioria destes modelos não pode ser rejeitada por mostrarem experimentos que o fortalecem, porém todos eles também apresentam pontos sensíveis a crítica. Por exemplo: podemos afirmar que pessoas e/ou outros animais que não adquiriram um sistema de linguagem não possuem consciência? Ou que a criminalidade pode ser explicada somente pela estrutura física/funcional do cérebro?
Na próxima postagem iremos exemplificar alguns destes modelos, usando experimentos aplicados nesta área.

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