quinta-feira, 10 de julho de 2008

O MODELO DE CONSCIÊNCIA: TEORIA DA REPRESENTAÇÃO




Damásio em seu livro “O mistério da consciência” discute alguns pontos interessantes sobre este assunto tão instigante e desconhecido da mente humana. O conceito de consciência atravessa os estudos sobre emoções, sentimentos e a percepção destes. Assim como nos confronta com a noção de self.
“Eu percebia que superar o obstáculo do self, o que do meu ponto de vista significava compreender suas bases neurais, poderia nos ajudar a entender o impacto biológico muito diferente de três fenômenos distintos, mas estreitamente relacionados: ter uma emoção, sentir uma emoção e tomar conhecimento de que estamos sentindo essa emoção. Não menos importante, superar o obstáculo do self, também poderia elucidar as bases neurais da consciência em geral.” (Damásio, 2005)
Qual o problema da consciência, então?
Segundo Damásio, existem duas questões pertinentes: a primeira delas seria entender as imagens de um objeto, ou melhor, dizendo, seria investigar a melhor maneira de compreender “o filme do cérebro”, levando em consideração todas as vias perceptivas e sensoriais (visão, audição, olfato, tato, sensações viscerais, etc.) e como o cérebro forma suas imagens, representações e mapas. Neste sentido a consciência relaciona-se, em parte, com a representação (imagem mental ou padrão neural) que fazemos do mundo. A segunda questão se refere ao problema do self, pois esta noção de “senso de mim” está presente na construção das representações que fazemos de determinados objetos, sabemos quase que toda a parte do tempo que as imagens, os pensamentos, os movimentos, etc., pertencem a mim a ou a você. Toda nossa construção de realidade passa por essa idéia de pertencimento.
“Existe a presença de você em uma relação especifica com algum objeto. Se não houvesse essa presença, como seus pensamentos lhes pertenceriam?” (Damásio, 2005)
Portanto, podemos afirmar que a consciência, segundo essa visão da neurociência, é o padrão mental unificado que reúne o objeto e o self.
“Como o filme no cérebro é gerado e como o cérebro também gera o senso de que existe alguém que é proprietário e observador deste filme?” (Damásio, 2005)

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