domingo, 14 de dezembro de 2008

NEUROIMAGEM, PENSAMENTOS E SONHOS





O que pensaria Freud da nova descoberta dos pesquisadores japoneses a respeito da visualização através da neuroimagem dos nossos pensamentos e sonhos? Será que sua teoria dos sonhos seria finalmente comprovada ou considerada totalmente fora de propósito científico?
Numa reportagem da BBC (http://oglobo.globo.com/ciencia/mat/2008/12/12), cientistas japoneses declaram estarem próximos de uma nova tecnologia de neuroimagem que possibilita a visualização de alguns tipos de pensamentos. Para que isso seja possível os pensamentos devem ser expressos em palavras ou objetos, pois estas são formas de “pensamento” codíficável para que as máquinas possam escanear em “imagens”.
Estas pesquisas estão baseadas nos estudos sobre o processamento visual, ou seja, como são codificadas as imagens que chegam a nossa retina no córtex visual, o qual se localiza na área occipital do cérebro humano.
“O pesquisador-chefe Yukiyasu Kamitani, de 38 anos, afirmou que esta foi a primeira vez na história da ciência em que foi possível processar, diretamente das atividades cerebrais, imagens do que uma pessoa viu.”
Com o software criado pelos cientistas, eles conseguiram processar imagens vistas por pessoas ligadas a aparelhos de ressonância magnética. Isto significa que os cientistas estão tentando simular e ao mesmo tempo registrar o processo cognitivo que acontece entre o enxergar algo e poder identificá-lo no “vocabulário” de objetos, palavras, pessoas ou outras coisas físicas.
A importância desta descoberta vai além de um novo exame de neuroimagem. Trata-se da possibilidade de visualização de um processo cognitivo importante que é o pensamento. Pois quando pensamos estamos utilizando vários neurocircuitos ao mesmo tempo como a linguagem, a percepção, o ambiente (contextualização), e dependendo do pensamento e da inteligência individual, vários outros circuitos podem entrar em ação. Porém, resta ainda uma dúvida: será possível registrar da mesma maneira os sonhos ou mesmo as emoções, já que estes não lidam necessariamente com imagens tão concretas?

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