domingo, 5 de outubro de 2008

“DO SINTOMA À SÍNDROME”



Nenhuma síndrome ou transtorno mental surgem de um dia para o outro, até que se possa percebê-la como tal, alguns sintomas e sinais foram se desenvolvendo durante a vida do indivíduo. Dalgalarrondo (2000), guiando-se pelo modelo de Jaspers, situa esse processo em duas perceptivas fundamentais: os transfundos das vivências psicopatológicas e os sintomas emergentes. Estes dois aspectos se relacionam como se fosse uma imagem de figura (sintomas emergentes) e fundo (transfundos das vivencias psicopatológicas).
“Desde o século passado os clínicos têm percebido que nem todos os aspectos da manifestação de uma doença derivam diretamente do processo patológico de base. Nesta linha, o psicopatólogo alemão Karl Birnbaun (1878-1950) propôs que se discriminassem três fatores envolvidos na manifestação das doenças mentais.”
Os três fatores que Birnbaun citam são: o fator patogenético propriamente dito diz respeito à manifestação dos sintomas diretamente relacionada ao transtorno mental de base: o humor triste e o desanimo na depressão ou as alucinações auditivas e a percepção delirante na esquizofrenia, por exemplo. O fator patoplástico, que inclui manifestações relacionadas à personalidade pré-morbida do doente e aos padrões de comportamento relacionados à cultura de origem do paciente. Estes são fatores externos e prévios á doença, porém que terão alguma intervenção ou influencia sobre ela. Ainda existe o fator psicoplástico, o qual é relacionado com eventos e reações do indivíduo e do meio psicossocial decorrentes do adoecer, modos de reação aos conflitos familiares, às perdas sociais, e ocupacionais associadas ao episódio da doença.
Diante desta visão, podemos pensar nas doenças mentais como: processo, desenvolvimento, surto, reação, crise e episódio. Analisaremos estes pontos na próxima postagem.

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