segunda-feira, 15 de setembro de 2008

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E CINEMA




Qual o padrão ou modelo utilizado nos filmes que retratam a IA no cinema? Como os diretores destes filmes retratam o “funcionamento emocional” dos robôs? Neste artigo sobre este tema (http://www.overcomingbias.com/2008/09/points-of-depar.html#more), o autor sugere uma possível e interessante discussão sobre o assunto.
Explicando melhor:
Os filmes que abordam a questão da IA tendem a tratá-la sempre de um ponto de vista de um padrão de mente humana, isto é, de forma antropocêntrica. Estaria no inconsciente coletivo desses diretores que os robôs seguem um modelo de supressão emocional para torná-los “emocionaless”? Mas para que eles tenham essa supressão (ou repressão) emocional, supõe-se que exista a emoção propriamente dita, a qual é baseada nas emoções humanas. Todavia isso contradiz o pressuposto de que os robôs não sentem, apenas “pensam”, pois há sempre nos filmes uma referência às emoções.
“These mistakes seem to me to bear the signature of modeling an Artificial Intelligence as an emotionally repressed human.”
A psicologia cognitiva e a neurociência fazem uma distinção entre a IA pura (tentativa de fazer com que os computadores demonstrem desempenho cognitivo inteligente, independentemente de o processo se assemelhar ao processamento cognitivo humano) e a simulação (tentativa de fazer com que computadores simulem o desempenho cognitivo humano em diversas tarefas). Nas simulações, David Marr, por meio de computações detalhadas, tentou simular a percepção visual humana e propôs uma teoria da percepção visual baseadas em seus modelos de computadores. Na IA Pura, vários programas de IA foram criados que podem demonstrar perícia (Por exemplo, jogar xadrez), mas esses programas provavelmente resolvem problemas utilizando-se de processos distintos daqueles empregados por peritos humanos. Em qual desses modelos os diretores de IA no cinema, estão se inspirando? Ou não estão pensando no assunto?
“Which all goes to illustrate yet another fallacy of anthropomorphism - treating humans as your point of departure, modeling a mind as a human plus a set of differences.”
Será possível para nós humanos, pensarmos verdadeiramente de maneira não-antropocêntrica?
Enfim, esse é um assunto que nos possibilita uma infinidade de discussões, sob ângulos bem diferentes, dada a natureza do assunto (IA, Cinema, Mente, Psicologia), mas no momento ficaremos com esses pontos para reflexão.

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