segunda-feira, 22 de setembro de 2008

DÉFICTS DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE E IMPULSIVIDADE: O TDA/H


O pediatra inglês Geoge still (1902), atribuía “os maus comportamentos” infantis a uma ausência de inibição dos impulsos, levando ás essas crianças, uma atitude desafiadora e agressiva. Contudo, Still acreditava que esses comportamentos eram causados por “defeitos no controle moral”, herdados geneticamente por seus pais, já que havia histórico (na maioria dos casos) de alcoolismo e depressão na família.
Com o passar do tempo, foram ocorrendo situações médicas/psicológico-comportamentais, que levaram esses diagnósticos comportamentais a uma tentativa de explicação biológica. No início a psiquiatria classificou esse déficit de lesão cerebral mínima e logo após de DCM (disfunção cerebral mínima). Mas foi a imprecisão desse termo, que sofreu espetacular disseminação no campo médico e entre leigos, a partir dos EUA, nos anos 60 e 70, que passou a se abrigar crianças com conduta hiperativa, desatenta, anti-social ou com problemas de aprendizagem.
Dando um salto para os dias de hoje, onde esse transtorno está classificado na DSM-IV e na CID-10 como o TDA/H, e sendo um transtorno com implicações biológicas e até hereditárias, o pesquisador Rossano Cabral Lima aponta para a diferença entre: correlações e causas biológicas do transtorno m questão. Muitos estudos demonstram correlações bioquímicas entre o TDA/H e circuitos neurais, ou seja, “déficits na fiação” de alguns circuitos. Porém essa constatação ainda não garante a causa do TDA/H. Muitas pesquisas ainda mostram dados contraditórios entre si, não tendo sido conclusões satisfatórias do ponto de vista científico. Lima também ressalta a atenção necessária para as variáveis ambientais que possam influenciar no TDA/H.
“Entretanto, a empresa de afirmar o TODA/H como entidade patológica sediada no cérebro e nos genes não se conforma com a minimização das determinações sociais, psicológicas ou educacionais no seu surgimento, tratando mesmo de reduzir tais fatores ambientais a origens genéticas.”
Um ponto importante a se pensar é: mesmo com todos os recursos atuais de imagens cerebrais, tecnologias, exames e pesquisas nestas áreas, ou seja, com alguma sofisticação tecnológica, ainda caímos na antiga discussão do inato e adquirido ou, melhor dizendo, de uma explicação biológica excluindo a explicação “social” e vice-versa! Será que avançamos muito neste tipo de pensamento?

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