terça-feira, 12 de agosto de 2008

NEUROECONOMIA



Uma reportagem o jornal “O globo” do dia 12/08/08 (http://oglobo.globo.com/vivermelhor/mulher/mat/2008/08/11/hormonios_femininos_podem_influenciar_decisoes_financeiras_da_mulher-547676772.asp), relata um estudo sobre a influência hormonal nos processos de tomada de decisão. O estudo defende que nossas decisões não são apenas motivadas pelo “desejo” ou pela vontade. Podem existir substratos neurais na base das nossas ações mais cotidianas como: comprar um vestido caro ou guardar aquele dinheiro para uma futura viagem, investimento de ações ou até mesmo comprar carne ou ovos, para uma população de baixa renda.
Segundo este estudo, nossos impulsos ou inibições na área financeira podem ser influenciados pelos hormônios. Mulheres ficariam mais controladas diante de seus cartões de crédito quando aumenta o nível de estrogênio (período pré-menstrual), enquanto homens que receberam uma dose extra de ocitocina (hormônio produzido na amamentação) ficaram mais relaxados e tranqüilos com seus clientes ou mais agressivos e corajosos quando estão com o nível alto de testosterona (normalmente pela manhã).
Estes dados estão sendo utilizados por alguns pesquisadores psicólogos ou economistas no sentido de orientar as pessoas, fazendo uma “consultoria econômica”, quanto a sua pré-disposição hormonal pra riscos. Este estudo se bem conduzido pode contribuir para a psicologia cognitiva e neurociências. Podemos até nos aproximar do estudo sobre a moralidade e tomadas de decisão defendido por Antônio Damásio (http://neconomia.blogspot.com/2005_10_01_archive.html). Porém se a pesquisa for mal conduzida nos aproximamos de algo parecido com a astrologia, onde os planetas regem nosso comportamento (aqui no caso seriam os hormônios) e então perdemos o rumo do navio chamado ciência, onde é necessário premissas, coleta de dados, falsificação das hipóteses e teoria.
“Praticamente qualquer um pode-se sentar em uma poltrona e propor uma teoria, mas a ciência requer a testagem empírica dessas teorias. Sem essas testagens, as teorias permanecem meramente especulativas, de forma que teorias e dados dependem entre si”. (Sternberg, 2007)
OBS: Esta postagem é dedicada ao Paulo Moreira, economista preferido e incentivador das neurociências!

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