quinta-feira, 21 de agosto de 2008

MEMÓRIA



Novas pesquisas demonstram que falsas memórias afetam o comportamento. Pesquisadores da universidade de Washington (http://www.physorg.com/news138375512.html) realizaram experimentos onde sugestionaram algumas memórias falsas, isto é, as pessoas foram levadas a acreditar em fatos irreais sobre sua infância e posteriormente observou-se que esta memória teve um impacto significativo sobre o seu comportamento atual.
Esse fenômeno: a possibilidade de se “inventar memórias” é também conhecido em algumas doenças psiquiátricas e neurológicas como confabulação. Quando o paciente sofre déficit de memória retrógrada ou anterógrada, pode substituir aquela lacuna por fatos que não são verdadeiros. Neste caso é um mecanismo de compensação do indivíduo para compensar uma falha na sua cognição.
A proposta desta pesquisa, porém é outra: inserir memórias que não existiram para poder manipular comportamentos inadequados como a obesidade, uso de drogas, abusos sexuais, entre outros. A idéia neste caso seria usar este tipo de mecanismo como uma maneira terapêutica para diminuir os efeitos dos traumas e/ou crenças disfuncionais a respeitos de alguns comportamentos e pensamentos.
Isto nos faz questionar uma das premissas principais da psicanálise: o trauma como um mecanismo inconsciente (memória negativa) determinando o comportamento do sujeito ao longo de sua vida. É obvia a impossibilidade de se interferir na experiência, no fato traumático em si, porém, se a memória é inconsciente, e segundo os psicanalistas, ela é metafísica, não podemos usá-la a nosso favor? Questão a se pensar...

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