quarta-feira, 3 de junho de 2009

DEPRESSÃO NA ADOLESCÊNCIA



Um estudo publicado no New York Times (http://www.nytimes.com/2009/06/03/health/research/03teens.html?em) está contribuindo para a afirmação de que a depressão pode ter um forte fator hereditário. O estudo demonstra que adolescentes que tiveram um dos pais com depressão, durante suas infâncias, mostraram maior taxa de depressão na adolescência. Isso faz sentido, mas não determina a questão.
Por que faz sentido? Por questões neurobiológicas e também ambientais, ou seja, uma pré- disposição no funcionamento dos neurotransmissores, adicionado aos comportamentos dos pais depressivos durante um período de vida em que se precisa de atenção (na infância e na própria adolescência) pode ser um fato muito relevante.
O estudo pretendia ter uma visão preventiva da doença. Então foram selecionados 316 adolescentes em idades entre 13 e 17 anos e cujos pais tinham atualmente ou tiveram no passado episódios de depressão. E outro grupo de adolescentes cujos pais eram saudáveis.
A pesquisa, que foi realizada em quatro cidades dos EUA, consistia em comparar grupo de adolescentes com pais depressivos e outros com pais saudáveis e separá-los, de maneira randomizada, em dois grupos: um receberia sessões semanais em grupo de algum tipo de cuidado extra, e o outro grupo receberia os mesmos cuidados de sempre.
O resultado foi que os filhos de pais deprimidos que receberam este cuidado extra mostraram maior grau de depressão do que os filhos de pais saudáveis. Além disso, essa diferença foi ainda maior no grupo em que não receberam o cuidado extra, mas apenas o usual. Isso é, os filhos de pais deprimidos sem cuidados extras tiveram uma porcentagem de depressão muito maior em relação ao outro grupo.
Podemos pensar que a depressão é um comportamento também aprendido? Não necessariamente, pois além dos fatores neurobiológicos influenciarem, não podemos descartar a plasticidade que os seres humanos podem ter em relação ao comportamento e as aprendizagens. Fora isso, cada caso tem suas peculiaridades, pois uma mãe deprimida, por exemplo, nem sempre é quem cuida efetivamente de seu filho, dependendo da gravidade da depressão, será que isso foi levado em consideração no estudo?

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