quarta-feira, 15 de abril de 2009

A CIÊNCIA NA MÍDIA



Uma matéria na internet (http://arstechnica.com/science/news/2009/04/social-media-slammed-by-science-reporting-not-science.ars/2) me chamou a atenção por coincidir com algo que tenho observado: o sensacionalismo da mídia em relação aos temas científicos.
Nesta matéria, o jornalista (John Timmer) relata a insatisfação de alguns cientistas, incluindo Antônio Damásio (a quem entrevista rapidamente para escrever a presente matéria) em relação à superficialidade das reportagens científicas. Afinal de contas fazer ciência exige disciplina, rigor, concentração e certa profundidade, e de repente, os cientistas se deparam com suas teorias publicadas de maneira tão reducionistas, quando lêem seus jornais no café da manhã!
Contudo, este diálogo entre ciência e jornalismo é necessário, pois quase toda teoria tem uma aplicação prática e social, além de divulgar o conhecimento. Inúmeras matérias recentes sobre alimentação, saúde, neurotransmissores, “exercícios para o cérebro” tem sido ponto de discussão. Como escrever reportagens científicas de maneira séria e responsável?
Existem alguns problemas, como a própria linguagem científica, a qual é hermética dificultando o entendimento dos papers. Outro fator problemático é o tempo entre o realese chegar na redação e a publicação dos fatos em tempo “real”, entre outros pontos políticos e econômicos que envolvem a ciência e mídia, os quais não entraremos em profundidade.
Observo que na mídia tudo é rápido, “descartável” e sensacional, já na ciência (uma ciência de fato) não. Para se elaborar uma pesquisa, hipóteses, testagens e re-testagens leva-se bastante tempo. Talvez isto cause um hiato entre ambos os campos de conhecimentos. Existe uma crise no jornalismo científico (crise econômica inclusive), pois esta especialidade está se perdendo e junto com ela a ciência e o público.
Podemos pensar, como uma das soluções para o problema em uma plasticidade metafórica: os blogs científicos como uma migração de neurônios para preencher e substituir os déficits da mídia jornalística tradicional. E por não?
Sugestões de blogs: Nature e The frontal córtex.

Nenhum comentário: