domingo, 5 de abril de 2009

APERFEIÇOAMENTO COGNITIVO OU TRATAMENTO?



Todd C. Sacktor, neurocientista do SUNY Downstate Medical Center, em Nova York está testando uma droga com o objetivo de melhorar o desempenho da memória, tanto em pessoas normais como em patologias onde esta cognição é afetada, como as demências.
A droga experimental age sobre algumas substâncias no cérebro responsáveis pela memória, tentando “apagar” alguns circuitos cerebrais indesejáveis como o medo, maus hábitos ou quem sabe a lembrança de um namorado que se quer esquecer (como a brincadeira do filme “Brilho eterno de uma mente sem lembranças”). O ponto que podemos analisar a partir desta matéria, publicada em “o globo(Abril/2009), é o seguinte: isso seria terapêutico ou um aperfeiçoamento cognitivo?
No nosso universo de “pacientes” temos aqueles mais comprometidos patologicamente falando, isto é, aqueles que sofrem de algum tipo de défict. Neste caso não há controvérsias, uma droga pode ser muito benéfica e eficiente. Pacientes com TEPT ou Alzheimer pode se beneficiar com este tipo de tratamento, mesmo se tratando de patologias bastante distintas.
Porém dentro do grupo de pessoas que tem maus hábitos e/ou comportamentos aprendidos e indesejáveis (como fumar, usar drogas e álcool, tiques ou distúrbios alimentares e do sono) também existem a indicação desta droga. Este grupo pode se beneficiar deste tratamento medicamentoso ou pode tentar mudar estes comportamentos por outros métodos. Mas existe um “comportamento indesejável”, ok, seria terapêutico.
A controvérsia gira em torno das pessoas que apenas desejam melhorar sua performance intelectual! Essa droga pode agir também como estimuladora da memória e outros processamentos cognitivos. Será isto uma sacada da indústria farmacêutica ou apenas uma tentativa do ser humano se aperfeiçoar? Ou ambas as opções?

Nenhum comentário: