quinta-feira, 7 de maio de 2009

TEORIA DOS SONHOS, SEGUNDO A NEUROCIêNCIA


Freud e Jung foram os psicanalistas que mais exploraram o temas dos sonhos. Para eles, os sonhos são desejos inconscientes reprimidos pelo ego, podem ser considerados também reminiscências dos acontecimentos diários (Freud). Outra explicação ainda é de que os sonhos são símbolos arquetípicos que estejam relacionados com a história de vida de cada pessoa (Jung). O fato é que para a teoria psicanalítica os sonhos são sempre objeto de interpretação simbólica e subjetiva.
Pode até ser que os autores acima estejam certos, mas isso não contradiz a leitura contemporânea dos sonhos a partir de estudos da neurociência e da neuropsicanálise.
Suzana Herculano e Robert Lent escrevem sobre o assunto e são categóricos: todos os mamíferos (e algumas aves) sonham. Isto é fato. Mas por que muitas pessoas nunca se lembram de seus sonhos? A resposta está relacionada aos vários circuitos cerebrais que regulam os sonhos, entre eles, o sono e a vigília e mecanismos da memória.
Durante a vigília nosso cérebro está imerso com duas substâncias importantes: a acetilcolina e noradrenalina, elas são responsáveis pela capacidade de memorização dos fatos ocorridos durante o dia (entre outras funções). Já no período do sono, as produções destas substâncias diminuem e aumentam a produção de serotonina, a qual faz com que nossos sonhos (imagens mentais) não sejam reproduzidos em movimento muscular, há um mecanismo de bloqueio dos músculos.
A hipótese, já confirmada, de alguns cientistas americanos (Tononi, Chiara, e cols, 1996) é de que a acetilcolina e noradrenalina são responsáveis pela conexão entre os fatos ocorridos durante o dia: nossas ações, pensamentos, sentimentos, etc. com os circuitos “matrizes” já existentes, gravando aquela informação como memória de trabalho, curto ou longo prazo. Ou seja, estas substâncias são importantes para a formação da memória em si. Mas dependem da nossa vigília, a qual está relacionada com a atenção.
Bem, como eles fizeram pra provar esta hipótese? Lesaram a área responsável pela produção destas substâncias (somente em um lado do cérebro, o locus coerulus), de ratos, e os deixaram acordados durante muitas horas. Durante a vigília mediu-se cada lado do cérebro do rato para saber se a produção destas substâncias tinha diminuído em função da lesão e quais os efeitos desta intervenção.
A resposta foi: SIM! Confirmou-se a hipótese inicial. Isso significa que os pesquisadores concluíram que com a diminuição de acetilcolina e noradrenalina circulante no cérebro não foram observadas as novas conexões neurais, diminuindo a capacidade de memória. É assim que nosso cérebro funciona durante os sonhos: com a baixa destas substâncias. Por isso sonhamos, porém não lembramos...
A autora dá algumas dicas para quem quiser lembrar os sonhos, uma delas: um dia quando acordar espontaneamente (sem despertador) prolongue este momento (entre o sono e a vigília) e tente jogar as informações oníricas para a sua memória de curto prazo, faça o circuito funcionar conscientemente, então você terá acesso aquelas informações durante o dia, até o próximo sonho chegar...

3 comentários:

XECS disse...

Bom dia,
Meu nome é Eric Castelo castelo@ntk.com.br

Assisti uma matéria no Globo Repórter, sobre cientistas que pesquisam os sonhos.

Gostaria de saber se conhecem algum contato com algumas comunidade cientifica que faz pesquisas do tipo.

Me interessei por que á muito tempo venho observando meu sono e meus sonhos e consigo fazer algo que foi comentado na reportagem que é o controle de seu sonho.

Uma observação deste controle é que quando você durante o sonho percebe que está sonhando tem o poder de decisão em continuar no sonho ou acordar, alem disso começo a ter controle no tipo de sonho, controlar de vez o que ocorre.

Um detalhe muito interessante é que isso só ocorre quando estou bem descansado.

Existem várias observações que fiz ao longo dos anos, e não sabia que existiam pesquisas sobre isso até ver esse documentário.

Se conseguirem me ajudar a achar algum grupo de pesquisas do tipo agradeço.

Att

Carianha disse...

Legal, eu também tenho uma teoria sobre o sonho.
A energia consumida pelo corpo humano quando dormindo é uma constante. Quando se dorme a nossa mente ou o próprio subconsciente está trabalhando, ela fica processando conhecimento adquirido quando acordado ou quando consciente e cria algoritmos para que o subconsciente quando acordado possa resolver certos problemas proposto pelo consciente. É por isso que o ser humano já observou que quando se quer tanto uma coisa e a imagina, o subconsciente vai pensar ou criar maneiras para ordenar o consciente a fazer o necessário para se ter aquilo desejado.
Eu estava dormindo e pela primeira vez eu pude entender como funciona o sonho, é como um processador de um computador, o sonho nada mais é do que um modelo experimental criado pelo próprio subconsciente. Nosso consciente é como a memória RAM que grava os problemas não resolvidos, logo quando dormimos a mente humana consciente entra em um regime automático, como o corpo está estacionado ela poderá descansar e aí o subconsciente pode começar a trabalhar nos problemas não resolvidos da memória RAM. Contudo quando sonhamos é a mente trabalhando e realizando testes para resolver algum problema que o consciente não pôde resolver ou o subconsciente não conseguiu processar.

Unknown disse...

Olá erik, o que está tendo é verídico e é estudado por um excelente dr chamado Sérgio Arthuro, chama-se "sonho lúcido" .O dr Sérgio tem várias pesquisas sobre o assunto, vale a pena se aprofundar no caso é estudar sobre este fenómeno que está tendo pois são poucos os que tem e poucas vezes registradas. Abraço, espero ter ajudado, heliakimpsicologia@yahoo.com