quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

PAISAGENS NEURONAIS



Durante minhas férias fui assistir a uma exposição, com mesmo nome do título desta postagem, na casa da ciência (UFRJ) e me surpreendeu a qualidade das 50 imagens destas células que tanto nos instiga, surpreende e fascina: os neurônios! Sai de lá com a sensação de “compreender”, visualizar melhor o que chamamos de redes neurais e diria que são mais que redes: intrigas, pontos, ramificações, mosaicos....
A exposição pretende revelar um “universo de formas e efeitos luminosos, que surpreendem por seu colorido, beleza e poesia.” Talvez a poesia seja um exagero, desnecessária, a interpretação das imagens poderia ficar a cargo de cada expectador, os quais usariam suas próprias paisagens neuronais para tal. Mas enfim, a arte é subjetiva. A ciência não. Encontrar um ponto de interseção entre estes dois campos não é tarefa fácil, mas creio que possível.
Estão disponíveis imagens do sistema nervoso descobertas no século XX, através de fotos obtidas com técnicas tradicionais e de vanguarda e desenhos de Ramón y Cajal, tanto de tecidos humanos como de animais e toda sua riqueza de detalhes. São neurônios, interneurônios, astrócitos, neuroglias, célula de Purkinje, células microgliais, etc, formando redes, circuitos, arcos e às vezes explosão, retraimento, placas. Foram fotografadas tanto células saudáveis como em degeneração (a maioria por demência), em várias áreas do cérebro: córtex, cerebelo, hipocampo, ponte, entre outras.
È muito intrigante e curioso visualizar e materializar estas minúsculas células, invisíveis a olho nu, que formam nossos pensamentos dos mais absurdos aos mais criativos, como também perceber a fragilidade da nossa sanidade mental, microscópicas placas ali e lá se foi nossa memória, planejamento e orientação.
Assistam e usem suas paisagens neuronais para tirar suas próprias conclusões, afinal a ciência passa pela experiência empírica!

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito bom!
Tem algum site que mostre um pouco dessa exposição?
Beijos!