Quando li a notícia sobre a nova descoberta no tratamento da doença de Parkinson, a primeira idéia que me veio à cabeça foi: a ciência traz benefícios concretos para vida humana! Valorizemos-a!
Bem, esta frase pode parecer um pouco prepotente e pretensiosa, segundo algumas visões não-objetivistas do homem. Contudo, a ciência, através de pesquisa experimental, efetivamente achou um caminho para o tratamento da doença de Parkinson bem menos invasivos que as cirurgias que estavam em andamento e que só incluíam 30% dos pacientes com a doença de Parkinson (a maioria não tinha indicação para este tipo de tratamento invasivo e bastante delicado). A doença de Parkinson afeta cerca de 1% da população mundial e, na maioria das vezes, surge depois dos 50 anos. Trata-se de uma desordem neurológica e seus sintomas são: tremores, rigidez muscular, perda de equilíbrio e às vezes demência.
Filosofia à parte, vejamos os fatos: Nicolelis, pesquisador brasileiro ligado à universidade de Duke e diretor do Instituto Internacional de Neurociências de Natal, publicou na “Science” seu experimento em laboratório com ratos O tratamento proposto por Nicolelis é através de uma estimulação elétrica na medula (na altura da cervical), isto é, são dados estímulos elétricos no pescoço do sujeito experimental (por enquanto ratos) e com isto estimulam-se as regiões cerebrais ligadas ao Parkinson (área motora) e também outras regiões do sistema nervoso central próximo às áreas motoras.
“Como a região da medula dá acesso a várias outras partes do corpo, esperamos poder abranger um número maior de sintomas motores” (Nicolelis, O Globo, 2009)
O experimento mostrou que ao gerar um estímulo elétrico mais generalizado, que percorre todo o sistema nervoso central, o resultado seria menos localizado e mais eficiente, ao abranger áreas maiores.
A partir deste experimento com ratos, os pesquisadores pretendem testar a nova técnica em primatas, para em seguida viabilizar o tratamento em seres humanos. Será que as críticas aos testes em laboratório, defesa dos animais, e todo o discurso anti-científico são realmente pertinentes? Quais seriam os argumentos neste caso?
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