terça-feira, 29 de julho de 2008

100% DE SUOR!!!



Pesquisas com experts e/ou prodígios demonstraram que o desempenho deles é devido a um alto grau de treinamento e esforço, ou seja, 100% de suor e lágrimas! A diferença entre os experts e os sujeitos adultos normais não são imutáveis, isto é, não é devido à presença ou ausência de determinados genes para habilidades específicas. Isto significa dizer que não existe diferença genética entre os experts e as outras pessoas, mas sim um treinamento precoce e árduo! “Estas diferenças refletem um longo período de esforço para se executar as performances.”
Erikson (http://scienceblogs.com/cortex/) estima que sejam aproximadamente 10.000 horas de “prática deliberada” para que essas pessoas tornem-se um “world class expert”.
Esta idéia é contraditória com a nossa intuição sobre o assunto. Leher (http://scienceblogs.com/cortex/) defende que nosso pensamento ainda nos leva a acreditar que o talento é algo “dado”, presenteado, quase metafísico. Contudo não há evidências até o momento, afirmando que os superdotados ou experts nascem com cérebros distintos da maioria das pessoas. De fato a média do QI deles (no auge de suas performances) é equivalente a média do QI de estudantes em idades correspondentes.
Podemos afirmar que suas habilidades são absolutamente específicas e por isso estão confinadas a um domínio cognitivo particular? O psicólogo cognitivo Howard Gardner (http://cursoseducacaoadistancia.com.br/teorias_aplicadas/cursos_a_distancia_howard_gardner.htm) diria que em parte sim, em parte não. Segundo este autor existem inteligências múltiplas que confirmam a idéia de que as habilidades são bem específicas em sua essência (isto reforça a idéia de especialização cerebral). Os tipos de inteligência são: lógica-matemática, musical, lingüística, pessoal e corporal. Porém para Gardner essas habilidades são inatas, portanto para ele seria impossível uma pessoa com pouca habilidade com instrumentos musicais ou “inteligência” musical se tornar um pequeno Mozart, por mais treino que se submeta alguma criança.
O ponto importante de analisarmos é: existe uma pré disposição para habilidades específicas ou seria algo da ordem do treino e do comportamento? Será que voltamos ao antigo questionamento dialético filosófico, onde temos Platão (racionalismo) X Aristóteles (empirismo) ou Descartes (racionalismo/cogito)X Locke (empirismo/tabula rasa)? (Sternberg, 2008).
Em outras palavras: é possível criar talentos especiais (superdotados) através do treino e do esforço, sem a tal “inspiração”? Pode-se chegar a um alto nível de desempenho sem uma habilidade inata para tal?
A única resposta que temos até o momento é: há controvérsias!!

terça-feira, 22 de julho de 2008

TOUCH-BASED ILUSION



Como se dá a ilusão de ótica? Como nos damos conta que a imagem percebida não corresponde a realidade? Pesquisadores do MIT (Harvard) e Mc Gill têm investigado sobre um novo tipo de ilusão que envolve o sentido tátil.
As imagens que causam ambigüidade visual são fascinantes porque faz com que nosso cérebro enxergue uma segunda opção de imagem que normalmente não nos chega a consciência. Este fenômeno conhecido como “rivalidade” ou competividade perceptiva é um dos mais interessantes nos estudos da neurociência. Na verdade este fenômeno faz com que haja uma mudança na percepção visual, a qual é independente da mudança de estímulo, ou seja, o estímulo visual não é modificado, mas sim nossa percepção sobre ele.
Este fato nos faz pensar sobre a consciência. Pois é a experiência consciente que nos permite mudar o ângulo da nossa “visão”, em relação aos estímulos ambíguos. Isto significa dizer que nossa consciência é que nos possibilita enxergar os vários ângulos de um mesmo objeto ou figura, por exemplo. A percepção humana, através da consciência é bastante flexível!
Moore, principal investigador do instituto do cérebro do MIT foca seu interesse de pesquisa na descoberta dos princípios gerais que regem a percepção e busca encontrar ilusões semelhantes no domínio tátil. Este pesquisador acredita que para termos este tipo de sensação ilusória com os movimentos é necessário, além da memória de curto prazo (fixa a sensação do ultimo movimento), da integração existente entre o sentido da visão e o tato nos que diz respeito às “ilusões”.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

O ESCAFANDRO E A BORBOLETA



Dando continuidade ao tema sobre a consciência, discutiremos este foco em “O escafandro e a borboleta”, filme de Julian Schnabel (EUA, 2007) baseado no livro homônimo,que aborda a história real de Jean Dominique Bauby, editor da revista Elle até o momento do acidente. Bauby tinha 43 anos quando sofreu um AVC, de etiologia desconhecida, com seqüelas neurológicas de uma síndrome específica denominada Locked-In:

“Conhecido como síndrome de desconexão cerebromedullospinale, pseudocoma ou ventral Pontina síndrome. Ao contrário do estado vegetativo persistente, em que a parte superior do cérebro são danificadas e as porções menores sejam preservadas, esta síndrome é causada por danos causados às partes específicas do cérebro e tronco cerebral inferior, sem danos para o cérebro superior (diencefalo e telencéfalo).” (Wikipédia)

Pacientes que apresentam a síndrome Locked-In estão plenamente conscientes. Eles sabem exatamente onde estão os seus braços e pernas e, ao contrário dos pacientes paralisados ainda pode receber sensações tátil e de dor. Alguns pacientes têm a capacidade para mover alguns músculos faciais. A maioria dos pacientes com a síndrome Locked-In, não recuperam o controle motor, mas diferentes equipamentos estão disponíveis para ajudá-los a se comunicar.

Os doentes com a síndrome Locked-In dizem que se sentem na maior parte bastante calma, e alguns afirmam estar um pouco "triste”. Este é o oposto de pânico e de terror que poderia ser assumida em pessoas conscientes de que não podem mover ou falar. Estes dados indicam que as emoções são devidos a interpretações das sensações corpo. Uma vez que as pessoas que estão no estado locked-in não ter um grande sentido de corporalidade (propriocepção), o cérebro não recebe feedback indicando o perigo.

Bauby tinha sua consciência intacta, mas seu corpo estava “ausente”, como uma prisão, ou, pra usar suas palavras, preso num escafandro, imobilizado no seu self? Parte de sua mente funcionava muito bem: tinha emoções, pensamentos, compreensões, imaginações, memórias. Sua consciência central e ampliada estavam intactas, eram a sua borboleta. Contudo seu eu, sua noção de self e de pertencimento, estava danificada, pois segundo os autores que temos visto até agora, a autoconsciência depende do corpo, sua imagem corporal está alterada modificando completamente este sentimento que temos de eu. Mas o quanto isso é verdadeiro? Bauby aprendeu a se comunicar com o piscar de um olho, e assim soletrou um livro inteiro. Não podemos afirmar que sua autoconsciência estava alterada, sua mente funcionava, mas a perda do corpo faz com que ela seja a mesma de antes? Possívelmente não. “Pois o ego é antes de tudo um ego corporal” (Freud) e assim a borboleta se liberta do escafandro...

quarta-feira, 16 de julho de 2008

O SELF E O CORPO





No blog: The frontal cortex, Jonah Leher comenta um experimento publicado no journal science. Cientistas induziram a “saída do corpo” (imagem virtual) em pessoas saudáveis através do uso de óculos de proteção virtual, uma câmera e uma vara. A idéia principal do experimento era fazer com que as pessoas olhem uma imagem ilusória delas próprias e são conduzidas a uma percepção (sentimento) de que deixaram seus corpos.

Segundo Leher, este experimento nos mostra alguns pontos interessantes:

1)O nosso senso de “ser” relacionado ao corpo é um fenômeno cognitivo! Ou seja: uma extrapolação de inputs multi-sensoriais. Será a percepção de ser “em nós mesmos/nosso corpo” e não em outras pessoas uma representação mental?

2)Existe um limite muito tênue entre a noção de autoconsciência e o nosso corpo. (Descartes teria reescrito: “Estou no meu corpo, então existo”). Apesar das pessoas saberem que aquelas imagens não eram elas próprias, as percebiam como suas (como sendo a imagem) e não o seu próprio corpo real.

O quanto estamos presos às imagens que construímos, ou melhor, a nossa imagem corporal como noção de self e autoconsciência?
Será que a existência é intrínseca à noção de corpo ou à noção de self?
Como diz Damásio: é o mistério da consciência ou da autoconsciência!
Segundo Leher, o mistério do self emerge do nosso mais concreto conhecimento: o nosso próprio corpo!

“This is the wondrous irony of our mind: its most ineffable property - the mysterious self - seems to emerge from our most concrete knowledge, which is the knowledge of our own body.” (http://scienceblogs.com/cortex/2007/08/the_self_and_the_body.php)

segunda-feira, 14 de julho de 2008

A TEORIA DA CONSCIENCIA COMO REPRESENTAÇÀO II




“Como o filme no cérebro é gerado e como o cérebro também gera o senso de que existe alguém que é proprietário e observador deste filme?” (Damásio, 2005)

Existe mais de uma leitura para essa pergunta, porém a neurociência cognitiva atual possibilita o levantamento de algumas hipóteses. Muitas das respostas são dadas através do estudo sobre as lesões neurológicas, com os exames de neuroimagem, e também com os marcadores de mudanças na resposta de condução elétrica medida na pele entre outros instrumentos de medição Um dos objetivos de Damásio é apresentar hipóteses anatômicas passíveis de ser testadas para alguns aspectos do processo da consciência. Vamos partir do princípio que consciência e o estado de vigília e a atenção básica são processos distintos. E que a consciência é indissociável da emoção, isso significa dizer que quando um está alterado, algum tipo de alteração também se dá no outro.
O autor divide a consciência em dois subtipos: a consciência central e a consciência ampliada. A primeira se refere à noção básica de identidade ou self central no “aqui e agora”, pode ser encontrado em não-humanos. Já a consciência ampliada é exclusiva dos humanos, é muito mais complexa (possui muitos níveis e graus), fornece ao organismo um complexo sentido de self, porém vai muito além da noção egóica de identidade.
Podemos afirmar com quase toda certeza que os subtipos são inter-relacionados, o self central seria a um tipo de substrato neural para o self ampliado, observa-se em pacientes lesionados, alterações no segundo enquanto o primeiro está intacto. Contudo o oposto não é verdadeiro, a nossa autoconsciência necessita do self central (identidade) para ser construída e funcionar na sua complexidade!
Muitas questões podem surgir deste conceito Damasiano. Será que a consciência ampliada (autoconsciência) está presente em todos os seres humanos? Ela existe da mesma maneira em seres humanos de culturas tão distintas, como os indianos e os americanos? Potencialmente, sim. E como seria a transcedência da autoconsciência? Como se dá nas experiências místicas como a de perda do ego?


quinta-feira, 10 de julho de 2008

O MODELO DE CONSCIÊNCIA: TEORIA DA REPRESENTAÇÃO




Damásio em seu livro “O mistério da consciência” discute alguns pontos interessantes sobre este assunto tão instigante e desconhecido da mente humana. O conceito de consciência atravessa os estudos sobre emoções, sentimentos e a percepção destes. Assim como nos confronta com a noção de self.
“Eu percebia que superar o obstáculo do self, o que do meu ponto de vista significava compreender suas bases neurais, poderia nos ajudar a entender o impacto biológico muito diferente de três fenômenos distintos, mas estreitamente relacionados: ter uma emoção, sentir uma emoção e tomar conhecimento de que estamos sentindo essa emoção. Não menos importante, superar o obstáculo do self, também poderia elucidar as bases neurais da consciência em geral.” (Damásio, 2005)
Qual o problema da consciência, então?
Segundo Damásio, existem duas questões pertinentes: a primeira delas seria entender as imagens de um objeto, ou melhor, dizendo, seria investigar a melhor maneira de compreender “o filme do cérebro”, levando em consideração todas as vias perceptivas e sensoriais (visão, audição, olfato, tato, sensações viscerais, etc.) e como o cérebro forma suas imagens, representações e mapas. Neste sentido a consciência relaciona-se, em parte, com a representação (imagem mental ou padrão neural) que fazemos do mundo. A segunda questão se refere ao problema do self, pois esta noção de “senso de mim” está presente na construção das representações que fazemos de determinados objetos, sabemos quase que toda a parte do tempo que as imagens, os pensamentos, os movimentos, etc., pertencem a mim a ou a você. Toda nossa construção de realidade passa por essa idéia de pertencimento.
“Existe a presença de você em uma relação especifica com algum objeto. Se não houvesse essa presença, como seus pensamentos lhes pertenceriam?” (Damásio, 2005)
Portanto, podemos afirmar que a consciência, segundo essa visão da neurociência, é o padrão mental unificado que reúne o objeto e o self.
“Como o filme no cérebro é gerado e como o cérebro também gera o senso de que existe alguém que é proprietário e observador deste filme?” (Damásio, 2005)

terça-feira, 8 de julho de 2008

MODELOS DE CONSCIÊNCIA: ESTRUTURAS CEREBRAIS


Existem algumas estruturas sub-corticais que podem estar relacionadas com a consciência, pois a partir de lesões em determinadas áreas, observa-se uma diminuição desta. São elas: o tálamo, o giro cingulado (córtex arcaico), o mesencéfalo e a ponte. Os núcleos do tronco cerebral formam uma rede com áreas corticais e modulam suas atividades. Eles participam de muitas funções como: vigilância, emoção, atenção e recompensa.
Atualmente, sabe-se que os anestésicos reduzem a atividade neural e o fluxo de fluido cérebro-espinal de núcleos talâmicos e existem também observações de que a estimulação desta região leva à recuperação da consciência.
O sistema límbico é uma estrutura essencial para a ativação cortical e da atenção. O núcleo reticular (situa-se entre córtex cerebral e núcleo do tálamo) tem mostrado ser peça fundamental no controle da atenção e da consciência. Na verdade, praticamente todas as estruturas no tronco cerebral participam na ativação do córtex cerebral.
Podemos afirmar que o funcionamento do tronco cerebral é fundamental para a existência do que chamamos de consciência?
Vejamos um exemplo de pacientes com hidranencefalia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Hidranencefalia), ou seja, bebês que nascem sem os 2 hemisférios, portanto, com ausência de córtex cerebral. O curioso é que esses pacientes têm um nível vegetativo de funcionamento cerebral, mas não estão em coma, estão com a maioria dos reflexos preservados e apresentam os seguintes comportamentos:
· Atendem quando chamados (algum nível de auto-referencia, aquisição de linguagem receptiva ou aprendizagem?)
· Fixam o olhar e interagem com as pessoas (como se estrutura esta percepção do outro?)
· Alguns dos pacientes passam pelo teste do espelho (auto-conhecimento, imagem corporal?)
· Esboçam sorrisos quando escutam música (conseguem diferenciar música de outros estímulos sonoros?)

sexta-feira, 4 de julho de 2008

OS MODELOS DE CONSCIÊNCIA


Atualmente existem muitos modelos de consciência em diversas áreas de estudo: psicologia, filosofia, neurociência, psiquiatria, física, etc.. Nossa proposta será analisar algumas destas linhas de pensamento, num primeiro momento, para em seguida aprofundar o conceito de conciência sob o ponto de vista da neurociência. Segundo Zana (http://www.landeira.org/temas.html), alguns destes modelos vão defender uma visão especializada (em módulos) e outros uma visão holística da mente.
Iniciaremos com uma questão básica para a compreensão dos modelos existente de consciência:
O que é a consciência afinal? Processos implícitos são estados mentais?
A consciência é quase sempre um sinônimo de identidade, traz uma idéia de “eu”, como se fosse um texto construído na primeira pessoa. Em outras palavras, a consciência está muitas vezes relacionada conceitos de: atenção, vigília, função executiva, memória explícita, sensação, motivação, vontade, “awareness”.
No materialismo reducionista, Feinberg pensa na consciência como o estado físico do cérebro e, portanto todos os estados desta podem ser explicados pelo estado físico do SN (criminalidade pode ser explicada pelo estado do SN).
No materialismo não-eliminativo, Searle, afirma que a consciência é também o estado físico do cérebro, mas nesta visão existe um dualismo emergente. A consciência seria uma propriedade emergente da atividade cerebral (água molhada/molécula de água).
No funcionalismo de Dennet, a estrutura física do cérebro não é relevante, o cérebro é comparável ao “software” do computador. E o próprio Dennet junto com Ganizza estabeleceram um modelo de teoria de conjunto, onde a consciência é um conjunto de processos paralelos e distintos.
Uma das teorias mais conhecidas é a de representação da consciência de Damásio, onde o pesquisador defende que esta é um modelo artificial do cérebro, uma emulação do mundo (voltaremos a este modelo nos próximos blogs).
Existem modelos vindos da física moderna (Penrose), onde as propriedades de estruturas sub-atômicas explicam a consciência e teorias provenientes da lingüística: a linguagem como forma de interpretação da consciência. (a informação não consciente deve ser acessível à linguagem para se tornar consciente).
A maioria destes modelos não pode ser rejeitada por mostrarem experimentos que o fortalecem, porém todos eles também apresentam pontos sensíveis a crítica. Por exemplo: podemos afirmar que pessoas e/ou outros animais que não adquiriram um sistema de linguagem não possuem consciência? Ou que a criminalidade pode ser explicada somente pela estrutura física/funcional do cérebro?
Na próxima postagem iremos exemplificar alguns destes modelos, usando experimentos aplicados nesta área.

terça-feira, 1 de julho de 2008

POPPER E A CIÊNCIA



Popper vai discutir a questão da observação na ciência, pois ela tem um papel decisivo e ativo, pois segundo o autor, uma observação é uma percepção, mas uma percepção que é planejada e preparada. Em outras palavras, nós não “temos” uma observação, mas “fazemos” observação. Esta, por sua vez, é precedida por um problema (de base teórica) e que nos leva a uma hipótese. Portanto podemos dizer que as observações são sempre seletivas e por isso são ativas.
Para Popper, uma observação sempre pressupõe a existência de algum sistema de expectativas, as quais podem ser formuladas em forma de quesitos, e a observação será utilizada para confirmar ou corrigir tais expectativas.
A questão que se coloca, de quem vem, primeiro a hipótese (H) ou a observação (O), pode ser pertinente para entendermos o ponto de vista objetivista. Para Popper devemos afirmar que a hipótese antecede a observação contradizendo a posição da “teoria do balde” (onde a observação é anterior a hipótese, pois ela é possível de generalização, associação ou classificação). O autor cria o termo “teoria do holofote” para explicar essa relação entre hipótese/observação:
“Tudo isto se aplica, mais especificamente, à formação de hipóteses científicas. Pois só com as nossas hipóteses aprendemos que tipo de observações devemos fazer: para onde devemos dirigir nossa atenção; onde ter um interesse. É a hipótese, assim, que se torna nosso guia e que nos conduz a novos resultados observacionais.” (Popper, 1975)